Blogo que nem um doido!

14.10.05

Sanitas, Escorregas e Anões

Por falar em Euro Milhões, lembrei-me da quantidade de coisas estúpidas que uma pessoa pensa comprar ou fazer se ganhar um prémio assim dos grandes. São sempre as mais excêntricas e estúpidas e quem disser que só quer o sufiente para viver bem está a mentir.

Eu pessoalmente, tenho como grande sonho, ter uma casa de banho alcatifada, redonda e grande, apenas com uma sanita no meio e um foco de luz no tecto directamente por cima da casa de banho. Parece que uma pessoa está num trono/nave espacial a ser puxado para a nave mãe. E é daquelas coisas que não dá para ter se um gajo não tiver assim muito dinheiro e muitas casas de banho.

Obviamente que a minha casa teria muito mais coisas giras como um escorrega da minha varanda lá para baixo para a piscina. No entanto a coisa mais gira eram os anões. Sim, os empregados iam ser todos anões – 7 ao todo, um número escolhido ao acaso – e moravam todos na cave ao lado da adega. Em noites de festa entoariam cantigas do arco da velha para animar os convivas à volta da lareira. Ao fim da noite fariam luta na lama e dariam pontapés na propria cabeça porque as pernas dos anões permitem-lhes fazer isso.

Mas um empregado não era anão: o motorista. Este chamar-se-ia Jarbas ou Ambrósio – melhor ainda, Ambrósio Jarbas – qualquer que fosse o seu nome verdadeiro. Um motorista chamado, por exemplo, César, não tem jeito nenhum. Aliás, César é um nome de não cai bem em ninguém que se preze. E servia para me levar a mim e aos meus amigos para sairmos à noite à vontade e sem ter de procurar estacionamento, o que é uma grande chatiçe.

Mas isto da minha sorte logo se vê na próxima semana. Aliás, metade da piada de jogar ao Euro Milhões são as graçolas empresariais que o pessoal faz. “Pessoal, já sabem, se na segunda não aparecer é porque ganheio o Euro Milhões” – colegas riem desalmadamente. Ou então, “A primeira coisa que faço se ganhar o Euro Milhões é demitir-me deste emprego!” – colegas ficam calados, chefe ri desalmadamente.

De resto já fiz a minha graçola de sexta-feira no post anterior por isso já fiz tudo o que de importante faço às sextas-feiras. Há uma reunião que tenho lá do trabalho mas esta graçola é importante porque sem ela é impossível ganhar o Euro Milhões.

Vemo-nos nas Bahamas.

Aconselhamento Financeiro

Era só para avisar para não jogarem no Euro Milhões esta semana. Seria um gasto de dinheiro desnecessário dado que eu sei, de fonte segura, que eu vou ganhar o primeiro prémio.

13.10.05

Chamem-me Bruno Nogueira

Conversa de centro comercial:

Eu: Porque é que tanta gente visita o blog do Bruno Nogueira?
Blademaster: Porque ele se chama Bruno Nogueira.

Vamos ver o que dá.

12.10.05

Dr. Badas or:How I learned to hate the Catholic Church and love the bomb

Estava no outro dia a pensar na quantidade de coisas que aconteceram na minha vida que podiam ter-me levado num caminho completamente diferente do actual. Depois pensei em gelados da Hägen-Dazs, mas brevemente, pois logo a seguir cheguei à estação da Cruz Quebrada e eu gosto muito daquela estação. A maioria destas coisas estão relacionadas com religião e coisas morais e o camandro. Na realidade não são relacionadas com o camandro pois eu nem sequer sei o que quer dizer camandro.

Quando era puto era loiro – ou louro – e toda a gente dizia que era “giro” e que ia “arrasá-las”, não sei o que aconteceu pelo caminho mas algo correu mal e deixei de ser loiro. Baptizaram-me, sem me perguntar nada. Foi uma experiência humidificante.



Mas pronto, a minha educação foi toda católica apostólica romana relativamente rígida. Na primeira andei numa escola de freiras irlandesas em que tinha de andar fardado e falar em inglês com elas. Todos os dias era rezar em fila por ordem alfabética e tinha de comportar bem durante a maior parte do tempo. Usava risco ao lado, tinha aulas de flauta e piano e ia à missa regularmente. O ponto mais baixo da minha existência foi a primeira comunhão. Segue foto abaixo:



Todas as pessoas que andaram nesta escola revelam hoje um elevado nível de problemas comportamentais e mentais. Como na escola das freiras só se podia estar até à 4ª classe – porque a partir daí é só raparigas para não haverem namoros e coisas dessas – fui para uma escola de padres. Lá era assim tudo mais à vontade mas continuava a ter missas e aulas de religião e coisas dessas. Cheguei mesmo a estar quase a fazer o crisma até perceber que realmente aquilo era uma grande treta e tornei-me num ateu. Foi mais ou menos na mesma altura em que fiquei grunge e deixei crescer um cabelo à Paulo Sousa. Outro momento menos positivo. Segue prova:



Durante os tempos de faculdade investiguei diversas religiões e transformei-me num agnóstico e passei a ter uma visão muito particular da religião. Foi por volta desta altura que me comecei a divertir a gozar com todas as testemunhas de Jeóva e todos os Elders do John Smith que lá iam ter à minha porta. Na realidade são pessoas bastante simpáticas e normalmente muito maltratadas na nossa sociedade.

O meu ódio pela Igreja Católica foi aumentando ao longo dos tempos. Comecei por queimar cruzes e cheguei mesmo a entrar no meio de missas e gritar “Aceitem Belzebu nos vossos corações!” assim com um ar de estar possuído. Era bastante engraçado e era certa que iam pelo menos duas beatas para o galheto de cada vez.

Actualmente limito-me a atirar ovos a procissões e a mandar mensagens religiosas para aqueles programas de TV que recebem SMS e passam em rodapé. Estou assim:



Mas pronto, isto é apenas para demonstrar o que uma educação católica estrita pode fazer aos vossos filhos. Não façam isso. Se vos parece sério o tom deste post é porque em parte até o é, tirando as graçolas pelo meio.


PS: Vejam o exemplo da minha vida como um caminho de perdição. Não o sigam.

PS2: O título deste post é para os amantes de cinema ;)

11.10.05

Já está na hora

Neste país, até os furacões chegam atrasados. Onde estás pá ?

10.10.05

Escuteiros

Um gajo daqueles que uma pessoa conhece aí na net e que conseguem ser bastante chatos quando querem, deu a definição – provavelmente não original – de escuteiros:

É um grupo de miúdos vestidos de parvos a seguirem um parvo vestido de miúdo


Estes putos andam assim com a roupa mais nerd que se conseguia arranjar. No entanto o resultado final não é nerd mas antes o dork abichanado. É que com aquelas fitinhas no pescoço, as meias puxadas para cima assim com aquelas coisas penduradas que parecem pompons e o chapéuzinho... não engana ninguém. São futuros contabilista cheios de fetiches sexuais estranhos como lamber sapatos de pessoas em balneários ou lamberem o chão ou lamberem quase tudo o que não deva ser lambido. Ou então vão ser vendedores de enciclopédias. Também não sei porque é que falam tanto de vendedores de enciclopédias, eu nunca vi nenhum. É como as caixas para medir as audiências: eu não tenho nem conheço ninguém que tenha, e perguntei-lhes e eles também não conhecem ninguém que tenha. Ora, isto já é muita gente a não ter estas coisas. Devem estar todas nas casas dos empregados da TVI.

No entanto o mais irritante, aquilo que me dá o desejo de atropelar cada escuteiro que vejo, é a sua extrema felicidade e amabilidade. Ajudam a levar as compras, ajudam a velhota a atravessar a rua. E apanhá-los num comboio é pior que apanhar uma claque de futebol. Passam o caminho todo, alegres, a cantar coisas tipo "Kumbaia My Lord" ou lá o que é equivalente em português como o "Chapéu tem 3 bicos" ou as "Pombinhas da Katrina". E sempre a sorrirem e abraçados. Podem andar 20 km e terem de montar a tenda que mesmo assim estão alegres e divertidos. Digam não aos ácidos, amigos escuteiros!

Mas no fundo mesmo, estes petizes são malvados. São mesmo miudinhos ruins. Fazem partidas uns aos outros, têm normalmente experiências sexuais estranhas naquelas tendas e têm sempre o parvo vestido de miúdo a controlar a coisa.

Eu sei que depois de escrever isto estou completamente lixado. O meu pai foi escuteiro – mas ele, obviamente, era uma pessoa normal e não teve nada dessas experiências – e um dos meus patrões é chefe de escuteiros. Então para ficar tudo bem em família e continuar a ter o meu emprego milionário, fico-me por aqui com esta expressão de ódio pelos escuteiros.

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Voltei, voltei, voltei de lá ...

Bem pessoal, depois de uns dias de cama intensivos com alucinações grátis à mistura e termómetros rebentados de temperatura, estou de volta agora apenas com uma amigdalite. O que é bom, porque dá para voltar a mexer a maior parte do corpo como os dedos e as pernas.

No entanto nestes 5 dias que passaram permitiram-me fazer uma coisa que já não fazia durante tanto tempo há algum tempo: nada! Isso mesmo, fazer nada. São aqueles momentos em que não estamos a dormir, não estamos a ler, não estamos no pc, não estamos a ver televisão. Simplesmente estamos ali com a ocasional baba como companhia, a olhar para as paredes. Isto acontece-me por vezes, quando vou no comboio e encosto a cabeça no vidro e vejo as coisas a passar e passado um bocado não estou a ver nada e passaram assim 20 minutos como se fosse apenas um. Tento não babar-me nessas situações porque podia ser bastante mal interpretado.

Tive, também, tempo para fazer coisas. Todas elas inúteis. A preferida era ver televisão, especificamente programas daqueles tipo "dona de casa" como a SIC 10 Horas e uns da SIC Mulher incluindo o grandioso Oprah. Este a sério que gosto e não me envergonho de o dizer. Houve uma vez, até, que cheguei mesmo a chorar a ver o programa quando falaram do super-homem e fizeram aquelas montagens com a mulher e os filhos todos a chorarem. E eu nunca me safo de chorar nessas cenas. É como no clube dos poetas mortos. Ou no Braveheart. Mas também gostava de ver outras coisas como debates em que participava o Carrilho ou campanhas em que participava a Bárbara Guimarães e o seu esposo. Eram bastante divertidos e chegaram mesmo a dar-me umas barrigadas de riso. E olhem que no meu caso isso dá muito riso.

Além e ver programas de TV maus diverti-me bastante a não fazer a barba - o que não quer dizer muito porque desconfio que isto são pelos normais e ninguém me avisou - e andar sempre de pijama e roupão. A comer chocolates e coisas com mel porque "fazem bem à garganta" e a pedir às outras pessoas que façam as coisas por mim. Fizeram-me canja porque também “faz bem à gripe” e mandaram-me beber água porque, dizem, adivinhe-se, “faz bem à gripe”.

E pronto, ao quinto dia voltei a ver a luz do dia e ao trabalho. Desconfio que ainda fico doente outra vez com tanto trabalho :|