Dr. Badas or:How I learned to hate the Catholic Church and love the bomb
Estava no outro dia a pensar na quantidade de coisas que aconteceram na minha vida que podiam ter-me levado num caminho completamente diferente do actual. Depois pensei em gelados da Hägen-Dazs, mas brevemente, pois logo a seguir cheguei à estação da Cruz Quebrada e eu gosto muito daquela estação. A maioria destas coisas estão relacionadas com religião e coisas morais e o camandro. Na realidade não são relacionadas com o camandro pois eu nem sequer sei o que quer dizer camandro.
Quando era puto era loiro – ou louro – e toda a gente dizia que era “giro” e que ia “arrasá-las”, não sei o que aconteceu pelo caminho mas algo correu mal e deixei de ser loiro. Baptizaram-me, sem me perguntar nada. Foi uma experiência humidificante.
Mas pronto, a minha educação foi toda católica apostólica romana relativamente rígida. Na primeira andei numa escola de freiras irlandesas em que tinha de andar fardado e falar em inglês com elas. Todos os dias era rezar em fila por ordem alfabética e tinha de comportar bem durante a maior parte do tempo. Usava risco ao lado, tinha aulas de flauta e piano e ia à missa regularmente. O ponto mais baixo da minha existência foi a primeira comunhão. Segue foto abaixo:
Todas as pessoas que andaram nesta escola revelam hoje um elevado nível de problemas comportamentais e mentais. Como na escola das freiras só se podia estar até à 4ª classe – porque a partir daí é só raparigas para não haverem namoros e coisas dessas – fui para uma escola de padres. Lá era assim tudo mais à vontade mas continuava a ter missas e aulas de religião e coisas dessas. Cheguei mesmo a estar quase a fazer o crisma até perceber que realmente aquilo era uma grande treta e tornei-me num ateu. Foi mais ou menos na mesma altura em que fiquei grunge e deixei crescer um cabelo à Paulo Sousa. Outro momento menos positivo. Segue prova:
Durante os tempos de faculdade investiguei diversas religiões e transformei-me num agnóstico e passei a ter uma visão muito particular da religião. Foi por volta desta altura que me comecei a divertir a gozar com todas as testemunhas de Jeóva e todos os Elders do John Smith que lá iam ter à minha porta. Na realidade são pessoas bastante simpáticas e normalmente muito maltratadas na nossa sociedade.
O meu ódio pela Igreja Católica foi aumentando ao longo dos tempos. Comecei por queimar cruzes e cheguei mesmo a entrar no meio de missas e gritar “Aceitem Belzebu nos vossos corações!” assim com um ar de estar possuído. Era bastante engraçado e era certa que iam pelo menos duas beatas para o galheto de cada vez.
Actualmente limito-me a atirar ovos a procissões e a mandar mensagens religiosas para aqueles programas de TV que recebem SMS e passam em rodapé. Estou assim:
Mas pronto, isto é apenas para demonstrar o que uma educação católica estrita pode fazer aos vossos filhos. Não façam isso. Se vos parece sério o tom deste post é porque em parte até o é, tirando as graçolas pelo meio.
PS: Vejam o exemplo da minha vida como um caminho de perdição. Não o sigam.
PS2: O título deste post é para os amantes de cinema ;)
Quando era puto era loiro – ou louro – e toda a gente dizia que era “giro” e que ia “arrasá-las”, não sei o que aconteceu pelo caminho mas algo correu mal e deixei de ser loiro. Baptizaram-me, sem me perguntar nada. Foi uma experiência humidificante.
Mas pronto, a minha educação foi toda católica apostólica romana relativamente rígida. Na primeira andei numa escola de freiras irlandesas em que tinha de andar fardado e falar em inglês com elas. Todos os dias era rezar em fila por ordem alfabética e tinha de comportar bem durante a maior parte do tempo. Usava risco ao lado, tinha aulas de flauta e piano e ia à missa regularmente. O ponto mais baixo da minha existência foi a primeira comunhão. Segue foto abaixo:
Todas as pessoas que andaram nesta escola revelam hoje um elevado nível de problemas comportamentais e mentais. Como na escola das freiras só se podia estar até à 4ª classe – porque a partir daí é só raparigas para não haverem namoros e coisas dessas – fui para uma escola de padres. Lá era assim tudo mais à vontade mas continuava a ter missas e aulas de religião e coisas dessas. Cheguei mesmo a estar quase a fazer o crisma até perceber que realmente aquilo era uma grande treta e tornei-me num ateu. Foi mais ou menos na mesma altura em que fiquei grunge e deixei crescer um cabelo à Paulo Sousa. Outro momento menos positivo. Segue prova:
Durante os tempos de faculdade investiguei diversas religiões e transformei-me num agnóstico e passei a ter uma visão muito particular da religião. Foi por volta desta altura que me comecei a divertir a gozar com todas as testemunhas de Jeóva e todos os Elders do John Smith que lá iam ter à minha porta. Na realidade são pessoas bastante simpáticas e normalmente muito maltratadas na nossa sociedade.
O meu ódio pela Igreja Católica foi aumentando ao longo dos tempos. Comecei por queimar cruzes e cheguei mesmo a entrar no meio de missas e gritar “Aceitem Belzebu nos vossos corações!” assim com um ar de estar possuído. Era bastante engraçado e era certa que iam pelo menos duas beatas para o galheto de cada vez.
Actualmente limito-me a atirar ovos a procissões e a mandar mensagens religiosas para aqueles programas de TV que recebem SMS e passam em rodapé. Estou assim:
Mas pronto, isto é apenas para demonstrar o que uma educação católica estrita pode fazer aos vossos filhos. Não façam isso. Se vos parece sério o tom deste post é porque em parte até o é, tirando as graçolas pelo meio.
PS: Vejam o exemplo da minha vida como um caminho de perdição. Não o sigam.
PS2: O título deste post é para os amantes de cinema ;)
8 Commentários:
Eu tb era loirissima qd era pikena, e agora...Tb sou...lol! mas graças a mt kímico na cabeça!
Kt ao look Paulo Sousa, discordo...Parece-me + look Whitesnake em versão mais curta .."Is this love?...".
Qt ao fato da comunhão , não comento, digo apenas que me faz lembrar aqueles casamentos de "avecs".
Já agora, eu fui baptizada, fiz comunhão, crismei-me e partilho os teus dramas porque de facto, eu sou tudo menos...NORMAL!!!!
By Anónimo, at 12/10/05 16:15
Por favor, não me estragues a ideia que tive uma fase "Paulo Sousa". Também tive uma fase "Kurt Cobain", uma fase "cabelo até meio das costas", uma fase "Offspring" em que peguei no cabelo e fiz tranças e só duraram 1 semana e a fase "Pastilhado" em que usava gel no cabelo e tinha umas jardineiras aos quadrados azuis e brancos :S
Quanto aos sacramentos, só te falta o casamento, o divórcio e a extrema unção :P Eu acho que me vou ficar pele desbaptização e pela extrema unção, mas este último só daqui a uns tempos que agora ando ocupado.
By Ruben Badaró, at 12/10/05 16:46
Pois,
tb eu sou crismado (nao tem nada a ver comigo, mas enfim..). Entretanto fundei uma seita: Gnósticismo psicotrópico. Não sei porque mas nunca tive muitos seguidores e os poucos q tive não se podiam chamar de fieis seguidores..
Talvez seja do gnosticismo, ou entao dos psicotrópicos.. Não sei..
De qualquer maneira nao me arrependo de ter feito o crisma, afinal de contas perdi a virgindade num retiro espiritual de preparação ao crisma. E a virgindade é algo mt bom de se perder e ninguem se preocupa muito em a voltar a encontrar (pelo menos nunca vi ninguem ir aos perdidos e achados tentar encontrá-la..).
By Anónimo, at 12/10/05 17:44
Pois é... à minha ex, também lhe deu para meter o Alexandre, que é o meu puto de 7 anos e a única pessoa que de facto amo (sim, sério, sério, tanta seriedade!, na catequese. Para quê? Para satisfazer os pais, que são daqueles marados ultra-católicos sempre convencidos de que o fim do mundo vem aí, que Nossa Senhora está sempre a chorar, que se ainda não chegou foi porque muita gente rezou muito e que o novo papa é o "falso papa", seja lá isso o que for! Ao mesmo tempo, também o quis meter nos escuteiros, onde os obrigam a assistir à missa e a ser porta-estandartes em procissões. Não se pode dizer que eu ache o máximo... Mas também sei relativizar as coisas. Graças a Deus e se não me der um treco, vai sempre ter-me por perto pra poder falar de coisas reais.
By Jorge Simões, at 12/10/05 22:30
Nós falamos, falamos, falamos mas depois fazemos tudo o que elas nos mandam.
Agora digo "Ah, não me caso pela igreja" e depois, obviamente, vou ser obrigado a casar pela igreja. E seguimos o resto da vida assim.
By Ruben Badaró, at 13/10/05 00:17
"Nós falamos, falamos, falamos mas depois fazemos tudo o que elas nos mandam.
Agora digo "Ah, não me caso pela igreja" e depois, obviamente, vou ser obrigado a casar pela igreja. E seguimos o resto da vida assim."
Estás enganado. Não faço nada do que me mandam, talvez já tenha feito... Mas esse é um caminho possível pra o abismo. Eu trabalho por compromissos ou por, perante uma análise mais ou menos razoável, chegar à conclusão de que não vira de dada coisa grande mal ao mundo e, portanto, para quê chatear-me com menoridades?
Quanto ao casamento pela igreja, até é engraçado e fica a sociedade toda contente. Eu casei-me pela igreja, gostei, mas depois de divorciado não senti nunca que isso me afectasse de forma alguma. É-me absolutamente e totalmente indiferente. Mas já ouvi, é verdade, pessoas falar para quem isso teve um grande peso. E para quem o facto de terem casado pela igreja, tendo-se mais tarde divorciado, implica uma lástima maior. Cabeças, tudo bem... Para mim, tanto se me dá como se me deu.:)
By Jorge Simões, at 13/10/05 15:18
Eu também era loirinho e bonitinho quando era pequeno. E também me disseram que ia ser só miúdas atrás de mim. Mas alguma coisa se passou. Algum holocausto nuclear que atingiu e deformou todos os putos loirinhos giros. E ficámos todos assim. Menos o David Beckham. Ele continua loirinho e giro. Mas a ele atingiu a voz.
Agora só tenho miúdas atrás de mim na fila para o autocarro, e mesmo assim isso nunca acontece, até porque eu não ando de autocarro.
By Fixemobil, at 25/10/05 18:10
Nós, os ex-bonitos, ganhamos em inteligência o que perdemos em beleza. E eu era um adónis.
By Ruben Badaró, at 25/10/05 22:54
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