Blogo que nem um doido!

6.10.05

Disclaimer

Só para avisar que estou doente e não consigo escrever nada de jeito. Voltarei muito brevemente (espero eu).

4.10.05

Damaia City rulzz

Uma coisa que me mete confusão nas casas-de-banho públicas são os diversos rabiscos que vemos no lado de dentro das portas. Mas por que raio é que quando ali estou a cagar – o corrector do Word diz que cagar não existe. Dá como alternativas chagar, caiar, lagar, pagar ou vagar. Vagar ainda vá lá agora os outros. Ó senhor Word. - quero saber que "O Zé esteve aqui" ou que "Chelas City" é que está a dar ? Aliás, só o facto de saber que o "Zé" esteve ali deixa-me um pouco desconfortável com o serviço a levar a cabo.

Quem escreve estas coisas tem certamente graves problemas. Antes de mais, quando se está sentado normalmente a porta está longe sendo que para escrever aquilo o indivíduo esteve, embora por breves momentos, numa posição que não só é desconfortável como feia. É daquelas posições que os homens não devem ser autorizados a fazer, tanto em público como em privado. Depois são gajos que vão para a casa de banho com canetas. Nem eu, nem nenhum amigo meu anda normalmente com uma caneta.
Canetas têm as gajas nas malas ou então os velhotes no bolso na camisa, juntamente com o totoloto e a lista telefónica porque os telemóveis são uma complicação e não sabem ir à agenda telefónica. Ou então no bolso de dentro do casaco assim ordenadas por cores como uma pessoa que eu conheço. Se calhar são os velhos que andam aí a pintar as casas de banho de Portugal. Ou mulheres. Ou mulheres mascaradas de velhos.

E depois temos a variedade de temas que escrevem. Na minha faculdade havia uma casa de banho que além de tecer comentários, por sinal bastante acertados, sobre professores do departamento, tinha uma equipa inteira do Boavista, com banco e posições! É que um gajo escrever a sua cidade, ou a sua alcunha, ou desenhos porcos de actos sexuais ou o telefone da namorada que o deixou e era feia e por isso agora o gajo diz que é boa e mete o número para gajos ligarem. Isso ainda safa mas meter uma equipa inteira do Boavista? É doente e distrai quem vai à casa de banho porque nos deixa a pensar que realmente o Jaime Pacheco devia ter posto o Rogério no lugar do Sanchez. E torna-se difícil de levar a cabo o trabalho em mãos. Que não é bem em mãos, é um suponhamos. Vocês percebem.

Temos também os poetas de casa de banho. Aqueles que, tal como a maioria dos gajos que escrevem em casas de banho, tiveram uma namorada que lhes pôs os cornos e como tal andam assim sentimentais e escrevem coisas como a de outra casa de banho da minha faculdade:

"Amar sem ser amado, é como limpar o cu sem ter cagado" (Senhor Word não, não é chagado)

É bonito e bem feito mas é mesmo frase de corno. Não engana ninguém que este é o tipo de gajo que se esconde na casa de banho a chorar e gasta o papel higiénico todo e depois mesmo sendo amado, um gajo chega lá e não pode limpar o cu depois de cagado.

No entanto, penso que o que move este tipo de "criminoso" é a adrenalina do acto em si. Aquela coisa de poder escrever o que quiser e depois quando sai fazer a cara mais normal do mundo e sair rapidamente da casa de banho. E é outra coisa, o pessoal que escreve nesses sítios, não lava as mãos porque foge logo a seguir. Mas a adrenalina supera tudo isso. Tudo isto para dizerem algo tipo "Ruca loves Kátia" ou "A Kátia fez-me um felácio" ou qualquer outra coisa relacionada com a Kátia.

Vou à casa de banho. Beijinhos à Kátia.

O primeiro banner


Aí está o início de uma grande vitória.

3.10.05

Um blog para cada Português

Visto este ser um meio privilegiado de comunicação, gostaria de fazer um anúncio bastante importante, tanto para mim como para o nosso país:

Tomei a decisão de me candidatar à Presidência da República de Portugal!

É isso mesmo, ouviram - ou será leram - bem. Estão perante o futuro Presidente do nosso País - não estão bem perante porque tinha de estar em vossa casa ou trabalho ou onde quer que estejam. É um suponhamos. Não importa que não tenha 35 anos ou que não tenha participado em todos os actos eleitorais depois dos 18 anos. Muda-se a lei só para eu poder ganhar. E isto tudo porque eu vou ser amigo de todos os portugueses.

Como pode ser comprovado por qualquer pessoa que frequente a blogoesfera - já começo a usar este vocabulário ... o monstro começa a consumir-me -, quando há um novo blogger português, aparecem logo mais dois ou três (notar a riqueza estilística da rima). Esses outros são os amigos deste primeiro que não querem ficar atrás e ter uma presença ainda mais cool na net. E competem entre si, de forma saudável obviamente.

O mesmo aconteceu comigo. Dois amigos descobriram as maravilhas de fazer blogs quando viram a quantidade de favores sexuais femininos que me eram oferecidos todos os dias. Tanto o Blademaster como o Kamala, além de terem nomes assim um bocado estranhos e com ténues referencias a S&M, são bons rapazes e têm blogs porreiros que aconselho a ler. E fazemos assim uma espécie de círculo com a única diferença que as propostas sexuais femininas são todas para mim. Os conhecimentos que ganho nessa área transmito-os ao Blademaster, quando não estou a dar aulas de música ao Kamala. Confesso que eles ganham mais com a minha amizade, mas como já referi várias vezes, eu sou um mão largas.

Esta coisa toda teve uma consequência lógica: candidatar-me à Presidência da República. "Este gajo é estúpido" pensa um, "Este gajo é muito estúpido" pensa outro leitor. Até pode ser mas isto tem toda a lógica. Se os amigos fazem blogs depois de mim, então se eu der um blog a cada português farei muitos, mas muitos, amigos e ganharei assim uma vantagem eleitoral sem precedentes. Isto além de ter ideias bem catitas para implementar no nosso País, o que não é propriamente relevante para o assunto.

O que interessa é que prometo um blog e muita amizade a cada português. E com isso posso cumprir.

A campanha continua nos próximos dias ... EU A PRESIDENTE!

Quem apoia?

2.10.05

O Proletariado Charles

Costumo dizer que todos os dias me apaixono 3 vezes no metro. Isto é, obviamente, mentira pois isto não é conta certa. É assim mais uma média pois há dias muito bons e dias muito maus. Há mesmo dias daqueles em que não há nenhuma moça que me deixe com ideias menos próprias mas em compensação aí há uns meses apanhei uma excursão inteirinha de suecas e deu crédito assim para os próximos 2 anos.

No entanto este não vai ser mais um post sobre moças, os seus atributos e o funcionamento das minhas hormonas. Vou antes falar de um specimen bastante característico dos transportes públicos: a mulher proletária. A este grupo pertencem operárias fabris, mulheres de limpeza e funcionárias públicas diversas. Neste momento, e antes de lerem o resto do que vou escrever, estão a pensar "Ah, olha-me este burguês, armado em campeão". Por favor, não me chamem burguês. Campeão até é catita e bastante paternal.

Esta tribo normalmente movimenta-se em pequenos grupos e nas horas de maior movimento. Falam simultâneamente e em registos bastante agudos sobre temas como novelas, patrões, filhos, novelas, desejos sexuais reprimidos e novelas. As suas vestimentas são à base da saia assim abaixo do joelho em fazenda, e a blusa comprada numa botique no metro da Alameda. Aliás, qualquer pessoa que compre roupa em boutiques devia receber um cartão da Associação de Indivíduas Sem o Mínimo Gosto Estético, a AISMGE. Nos pés calçam os belos dos sapatos não-são-ortopédicos-mas-enganam - uma amiga minha usava sapatos ortopédicos e garanto-vos que não era coisa que abonasse a seu favor e também são pessoas susceptíveis e não deixam que pessoas como eu gozem com os seus pés. Como estou a fazer agora. Mas isso é porque tenho um fetiche por pés que não vou desenvolver num espaço tão público.

Como outra marca característica, esta gente tem quase sempre uma filha chamada Mónica, ou Kátia, ou Vanessa. Ou tudo junto. No cabelo figuram ainda as franjas estilo anos 80, á lá Samantha Fox, essa diva esquecida. Além disto moram numa periferia, tipo Amadora, Cacém, Massamá ou Talaíde.

No entanto, a grande característica destas mulheres é o belo do saquinho de plástico que levam sempre na mão. Lá dentro levam a revista Maria - para lerem tudo o que perdem por estarem casadas com o Zé Manel -, a TV 7dias - para saberem o que se passa na telenovela -, o kit tricot - veja-se lá, para fazerem ... isso mesmo, tricot - e muitas mais coisas que são ainda mais irrelevantes do que estas. Curiosamente, todos estes sacos são da sapataria Charles, porque é aí que se vendem os sapatos não-são-ortopédicos-mas-enganam que todas elas usam.

Sempre que vou no comboio ou no metro naqueles espaços com 4 lugares o meu maior medo é que apareçam 3 proletárias e decidam sentar-se ao pé de mim. Ainda no outro dia, mesmo por acaso aconteceu isso mesmo, mas felizmente 3 indivíduos de raça negra anteciparam-se às senhoras e passámos um bocado bem divertido até ao Marquês de Pombal.

Vou dormir que amanhã vou ter mais uma viagem para o trabalho e muita coisa pode acontecer.