Blogo que nem um doido!

23.9.05

A bela e o intelectual

Ontem à noite fui assistir a um debate em que um monte de intelectuais falavam sobre direita e a cultura e os intelectuais. Além disso falavam dos intelectuais como se eles não o fossem, assim um pouco como os jogadores da bola:

Jardel: Jardel está muito contente por aqui estar!

Também os intelectuais falam sobre si próprios na terceira pessoa:

Intelectual de direita: O intelectual de direita preserva os clássicos.
Intelectual de esquerda: O intelectual de esquerda aposta na criação.

Se formos a ver é mais ou menos a mesma coisa. É que ainda por cima todos eles querem ser intelectuais mas não se incluem nos intelectuais, porque faz parte de ser intelectual. É assim bastante complicado e nem eu sei se percebi bem o que disse. Adiante.

Depois há a relação de proximidade extrema entre os intelectuais e os autores que apenas eles e mais 2 pessoas conhecem. Tratam-no sempre como o amigo com quem bebem bejecas. O Baudelaire. O Kant.

"Ó Kant, traz aí mais um pires de tremoços", "Block, pede aí dois finos", imagino eu em tom de graçola.

E a maioria dos nomes não sei sequer se existem, como o Block, eles bem podem inventar nomes que ninguém se vai levantar e dizer que não existe, porque ninguém percebe nada daquilo. Aposto que quando disse Block pensaram assim: "Não conheço, deve ser assim um escritor obscuro". Mas não, inventadito!
E depois alguns destes intelectuais usam gel no cabelo e puxam para trás e toda a gente sabe que não se deve confiar em pessoas que têm pouco cabelo e o puxam para trás com gel. E pessoas com bigode também. É sempre de duvidar.

Mas pronto, foi giro ver pessoas que conseguem ter ainda menos sexo e ideias do que eu a debaterem o que leram em livros.

PS: A bela era a moça sentada à minha frente. Aquilo pode ser um bom sítio de engate.

Grandes ideias de negócio (II)

Tive-a agora mesmo.
Que tal uma empresa para comercializar uma máquina de embaciamento de carros. É para os casais despacharem o serviço mais facilmente.

22.9.05

O meu funeral (estão todos convidados)

Toda a gente pensa no casamento e em fazer uma grande festarola e ser tudo bonito e o camandro. Eu não. Não quero saber dos nomes das mesas ou no apitócomboio com os primos que não via desde pequeno. A mim preocupa-me é o funeral.

O que é chato no funeral é que é daqueles eventos que são nossos mas normalmente não são bem como queríamos - entre outros está o baptismo. Uma das coisas que vejo nos filmes americanos é que as pessoas vão a casa da família do morto e têm alguma coisa para encher o bandulho e bebericar. É como a ida a casa dos noivos antes do casamento, só que os noivos estão mortos. Isso é essencial para o pessoal não ficar farto da cerimónia e aguentar até ao fim sem grandes confusões nem desatinos.

Outra coisa que complica um bocado a cerimónia é que as pessoas normalmente só são avisadas um bocado em cima da hora, o que não dá tempo nenhum para se arranjarem ou irem aos cabeleireiros e acabam quase sempre por ir com roupas pretas sem grande piada. Por isso as pessoas deviam preparar sempre o próximo funeral com antecedência, deixavam a roupinha pronta e era bem mais simples. A seguir a um funeral começar logo a preparar para o próximo!

A desigualdade entre o casamento e o funeral simplesmente parece não ter fim. E as cameras de filmar, nos funerais, onde andam elas? Ninguém guarda os momentos para mais tarde recordar, e estes sim são momentos que alguém recorda. É muito mais normal ver velhas a chorarem pessoas que morreram do que pessoas a relembrarem casamentos com alegria.

Por isso, para o meu funeral, quero lá toda a gente. Bem arranjadinhos e tal. Quero uma banda com orgão e tudo, quero comidinha em minha casa para receber os convidados, tudo filmadinho e quero que no fim os meus amigos cantem e dançem o YMCA. Este momento ficaria para sempre gravado nas suas mentes e não deixaria de ter uma certa piada. Depois quero que todos se vão embebedar, tenho uma conta poupança só para essa noite por isso é por minha conta pessoal!

Bem-vindos ao meu funeral! Divirtam-se! ;)

21.9.05

Astrologia?

Já repararam que no que diz respeito às raparigas, os rapazes precisam sempre se saber “interpretar os sinais”. Ao que parece, Deus, com a mulher, criou um ser incapaz de uma via directa para as relações amorosas. Utilizando um discurso cheio de subterfúgios e indirectas, o homem tem que ser capaz, como se de um astrólogo se tratasse, de “interpretar os sinais” de forma a saber se está bem encaminhado para tomar alguma iniciativa. Isto se não quiser arriscar às cegas e arriscar-se… Deviam criar-se grupos de apoio de interpretação:
- Ela disse que eu era fofinho. Será que isso quer dizer que me achou simpático e quer ser minha amiga ou que está interessada em mim?
- Não pá… Se ela estivesse interessada em ti dizia que eras querido!
- Olha que não sei… quando chamo digo que uma rapariga é querida é porque não quero nada com ela.
- Pois, mas olha que para elas é diferente!
- Eu até estava a pensar que ela estava interessada, mas depois disse-me que por vezes tinha a sensação que enviava “os sinais” errados. O que será que ela quis dizer com isso?

Lá está… fica completamente provado que nem elas mesmas sabem os sinais que enviam ou porque razão o fazem, sendo fácil equiparar esta ciência com a Astrologia ou qualquer outra ciência pouco precisa e de resultados dúbios.
Não seria preferível uma coisa do tipo straight-forward:
Rapariga: Olá, gosto de ti. És muita giro e gostava de te dar um beijo e quem sabe muito mais.
Rapaz: Boa! Tu também és muita boa, saiu-me a sorte grande!

Para bem da ciência de resultados exactos, é preciso uma mudança de mentalidades!


[Escrito por Blademaster]

PS: Este texto foi a contribuição que alguém me mandou por mail. Se quiserem por aqui alguma coisa que tenha piada digam alguma coisa.

O trabalho dá trabalho

Confesso que partilho as agruras do meu colega Fixemobil, de seu nome verdadeiro Zé Augusto quanto ao trabalho. Isto de trabalhar 8 horas por dia não foi feito para mim. 6 horas ainda vá lá, mas 8 já é uma estafa e deixa-me extremamente aborrecido.

Se formos a ver, 6 horas são 3/4 de 8 horas o que é bastante giro. Eu gosto muito, específicamente, desta quantidade: 3/4. Por exemplo, eu demoro 3/4 de hora a chegar até ao trabalho. Quando era mesmo mesmo pequenino, assim com menos de 2 anos, tinha 3/4 em casa. Por acaso, actualmente, tenho exactamente 3/4 da idade de um amigo meu que tem 32 anos. É uma quantidade para toda a obra.

Mas como estava a dizer, isto de trabalhar muitas horas torna-se desinteressante. Dá trabalho e cansa. Normalmente passadas duas horas começa a dar-me assim uma fome que não dá para parar e a partir daí não dá mais para pensar. Por isso até à hora de comer a produtividade desce. Se eu fosse daquelas pessoas que chegam a horas ao trabalho, eram logo 2 horas que perdidas mas como normalmente chego uma hora antes do almoço ao trabalho fica mesmo certinho. Depois de almoço dá sempre aquela moleza então a hora a seguir não é propriamente produtiva. Depois trabalho assim para lá de uma hora à séria e cheio de afinco para depois atacar a fome outra vez. É hora do lanche e lá vai meia hora a pensar no lanche e outra a come-lo, mais uma hora perdida. Depois trabalha-se mais uma hora para de seguida começar a pensar em sair, sendo lógico que a última hora não serve para nada.

Fazendo bem as contas, trabalhamos prai umas 4 horas. Trabalho em part-time o que quer dizer que até ganho bem. Não era mais fácil dizerem logo para as fazer de seguidinha ? Ou mesmo 6 horas, que uma pessoa ainda aguentava.

Acho que vou trabalhar para o Baraine. Lá o trabalho dá menos trabalho.

20.9.05

Diga Diga

Irrita-me profundamente - há muitas coisas que me irritam, superficialmente, assim mais ou menos, mas esta é mesmo à séria - as pessoas que repetem palavras de seguida. O "Sim Sim", o "Diga diga", o "Passe passe" e quaisquer outras palavras de bajulamento que juntas multiplicam o seu factor bajulante.

Aliás, as pessoas ricas nunca repetem palavras assim. Antes pelo contrário, dizem só uma e prolongam a sílaba que está ali mais ou menos ao meio. "Siiiiiiiim", "Diiiiiga", "Paaaaase". São palavras ditas, nítidamente, por gente rica. São palavras que parecem largar notas de 500, que são raras, mas eu já peguei numa e até tirei uma foto, mas não sei onde está porque foi com a máquina de alguém e já não me lembro quem. Mas quando peguei naquela nota estiquei algumas vogais, é facto provado.

Repetir palavras é coisa de mulher que anda de saco da Charles na mão com o material de tricot lá dentro e a revista maria. Toda a dissertação sobre tricot, sacos da charles e revistas maria será desenvolvida na semana da mulher a dias, daqui a uns tempos. Teremos também um especial "franjas à anos 80 para a dona de casa" junto com um artigo com as socas da moda. Daquelas com buraquinhos respiradores.

Mas voltando ao tema, os americanos também têm a danada mania de repetir as frases mas têm mais estilo e normalmente são ditas por indivíduos de raça negra, vulgos pretos, grandes e com músculos. Obviamente ninguém goza com eles quando dizem "Say what? Say what?". Eu também não o farei. Mas a lógica é mesma, são pobres - ou rappers, e nesse caso são pobres de espírito.


Tááá ?

19.9.05

The Decemberists


Já que ando na onda do indie/acoustic rock aqui fica mais um proposta nesta área. A música dos Decemberists vale bastante pela sua letra e pela sonoridade do estilo story-telling. O som deles aproxima-se por vezes bastante do pop e nunca tanto do rock mas têm um resultado final bastante agradável. É excelente música de banda sonora.

Estão ligados à editora "Kill Rock Stars" que, além deles, tem outras boas bandas como seja Deerhoof, Xiu Xiu ou Jeff Hanson. Estes também a observar.

A imagem que aqui coloco é do album "Castaways and Cutouts", de 2002 e está bastante bom. Principalmente a terceira música, "July, July!" e a última, a "California One Youth and Beauty Brigade". Aconselho vivamente este album.

O Sapo irritante


Este bicho é uma verdadeira praga. Além da música ser má e nítidamente merecedora de passar na rádio Cidade diversas vezes ao dia, ele está por todo o lado. É nos toques de telemovel, são anúncios na televisão, são banners na net.

E já repararam que o Crazy Frog tem uma pila? Se não tivesse ninguém se ia lembrar, mas assim, tenho de guardar esta memória durante algum tempo. Além disso, deixa ficar mal a espécie com aquilo.

Depois ainda temos o facto de ele falar e andar de mota. Todas as pessoas sabem que os sapos não andam de mota. Não há motas assim tão pequenas.

Para finalizar, aqui vos deixo a bela letra da música que está aí a dominar o panorama polifónico português:

"A ding ding ding ding dididing ding bing bing pscht,
Dorhrm bom bom bedom bem bom bedom bom bum ba ba bom bom,
Bouuuuum bom bom bedahm, Bom be barbedarm bedabedabedabeda
Bbrrrrrimm bbrrrrramm bbbrrrrrrrrraammmmm ddddddraammm,
Bah bah baah baah ba wheeeeeee-eeeee-eeeee!"




PS: Novamente, usei o "Have you noticed ..." em português. Será que funciona?

"Have you ever noticed ..."

... e "What's the deal ..." são dois inícios de frase que para qualquer fã da série televisiva Seinfeld não são nada de novo.

Mas já repararam que desde então todo e qualquer stand-up comedian do estilo observador usa estes inícios na suas piadas? "What's the deal with lollypops and sexual references?". "Have you ever noticed that president bush's wife is very interventive".

Qual é a cena deste pessoal? Tentam fazer piadas assim de forma tão simples.

Hmpf!



PS: A título demonstrativo, utilizei as duas frases, em português, neste texto. Como é facilmente visível, este texto não tem a mínima piada.

18.9.05

Agarrado

... a isto, durante o fim de semana.