A bela e o intelectual
Jardel: Jardel está muito contente por aqui estar!
Também os intelectuais falam sobre si próprios na terceira pessoa:
Intelectual de direita: O intelectual de direita preserva os clássicos.
Intelectual de esquerda: O intelectual de esquerda aposta na criação.
Se formos a ver é mais ou menos a mesma coisa. É que ainda por cima todos eles querem ser intelectuais mas não se incluem nos intelectuais, porque faz parte de ser intelectual. É assim bastante complicado e nem eu sei se percebi bem o que disse. Adiante.
Depois há a relação de proximidade extrema entre os intelectuais e os autores que apenas eles e mais 2 pessoas conhecem. Tratam-no sempre como o amigo com quem bebem bejecas. O Baudelaire. O Kant.
"Ó Kant, traz aí mais um pires de tremoços", "Block, pede aí dois finos", imagino eu em tom de graçola.
E a maioria dos nomes não sei sequer se existem, como o Block, eles bem podem inventar nomes que ninguém se vai levantar e dizer que não existe, porque ninguém percebe nada daquilo. Aposto que quando disse Block pensaram assim: "Não conheço, deve ser assim um escritor obscuro". Mas não, inventadito!
E depois alguns destes intelectuais usam gel no cabelo e puxam para trás e toda a gente sabe que não se deve confiar em pessoas que têm pouco cabelo e o puxam para trás com gel. E pessoas com bigode também. É sempre de duvidar.
Mas pronto, foi giro ver pessoas que conseguem ter ainda menos sexo e ideias do que eu a debaterem o que leram em livros.
PS: A bela era a moça sentada à minha frente. Aquilo pode ser um bom sítio de engate.